sexta-feira, 18 de março de 2011

Resposta 2.1

2.1. A grande oposição que se encontra no poema é a distinção - interior e exterior. Para o poeta, o interior remete a tudo o que não é visível aos olhos dos outros. O que é visível apenas aos nossos olhos, remete-nos para os nossos sonhos e ambições, remete-nos para nós mesmos: aquilo que realmente somos. A verdade do eu. É no interior que desaparecem todas as "máscaras" que a sociedade nos obriga a usar. Quero com isto dizer que temos que ser aquilo que a sociedade quer de nós, e não o contrário. Essa máscara está repleta de mentiras sobre nós mesmos, é um segundo eu em que agimos e fazemos tudo aquilos que os outros esperam de nós. A realidade, é, no entanto, uma mentira em que deixamos de ser nós mesmos. Como podemos verificar com o texto "Faze canteiros como os que os outros têm; onde os olhares possam entrever; o teu jardim como lho vais mostrar".
Quando falamos do interior, despertamos do verdadeiro eu. O Eu sem mentiras, sem máscaras. O Eu verdadeiramente real. É no nosso próprio mundo, no nosso mundo interior que podemos ser tudo aquilo que desejamos sem medo do que os outros podem pensar. Como podemos verificar no texto " Mas onde és teu, e nunca o vê ninguem; deixa as flores que vêm do chão crescer, e deixa as ervas naturais medrar.
o poeta afirma também " Faze de ti um duplo ser guardado; e que ninguem, que veja e fite, possa; Saber mais que um jardim de quem tu és; um jardim ostensivo e reservado", que quer dizer que é importante existirem "dois eus", "dois seres guardados" e apenas o nosso eu não real é que podemos deixar transparecer à realidade.


Inês Guerra

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