não gosto de estar sozinho
não gosto de estar acompanhado
vejo lentamente, que enquanto procuro algo
nada me ocorre tão violentamente como alguém
oiço tiros obscuros dentro da caixa que me fecha
em silêncio vagueiam murmúrios que me inquietam
tudo se resume à clareza de que nada gosto
ou então, que nada me faz gostar como já o fiz
a humanidade de um pensamento reduz se ao ridículo
não por ser exprimida por mim
mas confrontada pelo exterior
o exterior, faz parecer todo um complexo sistema de pensamentos
como se de lunatismo se tratasse
não é fiel ao que eu sinto
não é fiel o meu corpo, ao vazio que me enche o espírito
sem que por isso encontre algo
gosto do céu, bem claro bem claro
gosto do fogo que é fresco, é doce, poucas vezes amargo
gosto da terra fina que quando agarro serpenteia
gosto do mar no qual me afogo
gosto dos edifícios finos e longos
gosto do volume das coisas que me fazem perder em pensamentos loucos
no fundo gosto de ti
e apenas de ti
C.H. Wasson
Embora possa ser chato, gostava de saber quem publicou este poema. De que gostei bastante, por sinal.
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