domingo, 7 de novembro de 2010

Apontamentos do capítulo IX - Isadora Tacoen

- Baltasar e Blimunda mudam-se para a Quinta do Duque de Aveiro, em S. Sebastião da Pedreira, que é o sítio onde se vai realizar toda a construção da passarola.

Página 92 - Bartolomeu Lourenço tinha o sonho de fazer levantar a passarola mas tal era visto como um grande pecado pois até lá só haviam subido 'Cristo, a virgem e alguns escolhidos santos'.

Página 93 - O narrador faz referência à falta que uma das mãos faz a um homem, neste caso Baltasar. Ao mesmo tempo explica indirectamente as consequências que os desastres da guerra podem dar.

Página 94
- O Padre baptizou Blimunda por Sete-Luas ao dar a explicação que era por ela conseguir ver às escuras. Mas temos toda uma simbologia à volta do nome atribuído aos dois.

- Simbologia de Sol e Lua na página 281 do manual:

Sol - Multivalente e rica em contradições, a realidade solar é, para muitos povos, manifestação da divindade. A alternância vida – morte – renascimento é simbolizada pelo ciclo solar. Assim, o Sol aparece, igualmente, como símbolo de ressurreição e imortalidade. É fonte de luz, de calor e da vida. Complementar de Lua, é princípio activo e masculino em muitas culturas, por irradiar directamente a luz. Sol e Lua encontram ainda frequente correspondência com os olhos – eram os olhos dos heróis primordiais – e com a luz do conhecimento.

- O Sol é portanto o símbolo da vida, e associa-se ao povo que trabalhava constantemente como o próprio Baltasar.

Lua – Correlativa da do Sol, a sua simbologia deriva de, por um lado, a Lua reflectir a luza daquele astro e, por outro, mudar de forma ao longo das várias fases que atravessa. É por isso frequentemente associada ao princípio feminino e passivo, bem como à periodicidade e à renovação; é por excelência o astro dos ritmos da vida, o que controla tudo o que é regido pela lei do devir cíclico: águas, chuva, vegetação, fertilidade; a Lua é também símbolo do sonho, do inconsciente, dos valores nocturnos.

- A Lua não tem luz própria ou seja, depende do sol como Blimunda dependia do Baltasar. Também sabemos que a lua atravessa fases, que representa a periodicidade e a renovação.

Número Sete - número de dias de cada ciclo lunar que regula os ciclos de vida e da morte na terra. Símbolo da sabedoria e do descanso no fim da criação. Representa simbolicamente a totalidade do universo em movimento. Como sabemos o número sete está muito presente na nossa vida: temos os sete dias da semana, as sete cores do arco-íris, os sete pecados mortais, etc.

- Assim, Baltasar e Blimunda simbolizam a dualidade cíclica ou seja, é-nos transmitido uma ideia de união, de complementaridade e de perfeição.

Página 96
- É referido a falta do éter, que e possível trazer para a terra através da alquimia. Para isso, o Padre Bartolomeu Lourenço decide partir para a Holanda pois é uma terra de muitos sábios sobre alquimia e éter.

Éter é um elemento que faz com que os corpos se libertem do peso da terra (o que faria a passarola levantar-se e voar).

- O padre Bartolomeu Lourenço decide portanto partir para a Holanda, deixando a máquina de voar ao cuidado de Blimunda e Baltasar.

- Blimunda e Baltasar já tinham combinado que iam partir para Mafra, mas antes disso, decidem que vão se divertir um pouco. Assim, em vez de irem ao auto-de-fé como de costume, vão assistir às touradas.

Páginas 101 e 102Touradas (Terreiro do Paço) – há um tratamento cruel com os animais e o povo, exaltado, liberta-se de inibições. A violência das touradas agradava o povo que, ignorantes como são, se divertiam com as imagens da morte, esquecendo da miséria em que viviam.

Página 103 – Está presente a ironia do narrador: Constatação de que em Lisboa, as pessoas não estranham o cheiro a carne queimada.
Perspectiva crítica: A morte dos judeus é positiva porque os seus bens revertem para a coroa.

- Após assistirem às Touradas, Blimunda e Baltasar partem para Mafra.

Isadora Tacoen
12º D, Nº 12
07.11.2010

2 comentários:

  1. Isadora, que bela surpresa, chegar aqui e encontrar os teus apontamentos, que, deste modo, se tornam nossos.

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